Proposta da SBNO para a Comissão Especial – Combate ao Câncer/Decom

Comissão Especial – Combate ao Câncer/Decom

Políticas em Nutrição Oncológica

No dia 19 de fevereiro de 2025 a SBNO participou audiência pública na Câmara dos Deputados em Brasília  da Comissão Especial – Combate ao Câncer/Decom.  A Comissão Especial destinada a acompanhar as ações de combate ao câncer no Brasil realizou reunião de audiência pública para debater o tema “Terapia nutricional dos pacientes em tratamento
contra câncer e em reabilitação no âmbito da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer”,
com o objetivo de colher subsídios para seus trabalhos.

A SBNO apresentou proposta para regulamentar a Lei que estabelece Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. LEI Nº 14.758, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2023

Segue Proposta:

O mundo tem buscado produtos nutricionais que suplementem a alimentação ou proporcionem melhora na qualidade de vida da população. Para indivíduos enfermos, é mandatório que a nutrição especializada como novas tecnologias em saúde devem ser incorporadas, mas nem sempre estão acessíveis a toda a população. O paciente oncológico devido a jornada da doença e do tratamento que provocam inúmeras adversidades com evidente impacto nutricional tem sido o mais estudado e, portanto, um dos que mais se beneficiam da terapia nutricional especializada.

 

A jornada do paciente com câncer

  1. Prevenção e Diagnóstico da desnutrição do Paciente Oncológico;

 

A desnutrição associada ao câncer é um problema global de saúde pública e está associada a uma redução na qualidade de vida, tolerância ao tratamento e eficácia terapêutica. Além disso, a desnutrição aumenta o risco de complicações e os custos hospitalares, constituindo um importante fator de risco para a progressão da doença e mortalidade (BAUER J et al.; 2002; GUERRA RS et al 2016). Entre os principais fatores envolvidos no desenvolvimento da desnutrição em pacientes com câncer estão o apetite reduzido, anormalidades metabólicas e sintomas relacionados ao tratamento antineoplásico e oncológico (SOMMARIVA S et al 2016; SPOTTEN L et al, 2016).

A desnutrição é frequente entre os pacientes com câncer. Cerca de 60% são desnutridos e esse percentual aumenta para 81% para aqueles que estão em cuidados paliativos. Aproximadamente 70% apresentam alguma dificuldade para se alimentar. Mais da metade dos pacientes necessitam de aconselhamento nutricional e controle dos sintomas que interferem na ingestão alimentar e cerca de 30% necessitam de suplemento nutricional (MARIN  et al., 2008)

Vários estudos mostraram que a desnutrição varia entre 40 a 80% (Waitzberg, 2001; IBNO (INCA),2013; ), sendo que 20% desses pacientes morrem em decorrência da desnutrição e não da doença maligna (Ottery, 1994).

A perda de peso depende principalmente da localização e estadiamento da doença. Bozzetti (2014) mostrou que a perda ponderal ocorre em até 9% dos pacientes com câncer urológico, 15% nos ginecológicos, 33% para câncer colorretal, 46% pulmão, 67% para as neoplasias de cabeça e pescoço, 57 a 80% para as de esôfago ou gastrointestinal e até 85% para pacientes com câncer pancreático.

Alguns estudos investigaram a prevalência da desnutrição e sua correlação com a presença de efeitos colaterais em pacientes oncológicos em tratamento adjuvante ou neo-adjuvante.

Um estudo multicêntrico envolvendo 65 hospitais e 561 pacientes submetidos a tratamento adjuvante, mostrou que 90,7% apresentavam perda de peso. Esse mesmo estudo constatou que 96% apresentavam intercorrências tais como anorexia (71%), transtornos gastrointestinais (32%), disgeusia (40,5%) e disfagia, entre outros (SAN ORTIZ et al., 2008).

Sendo assim necessário como parte integrante da prevenção da desnutrição o diagnóstico e intervenção precoce dos Sinais (perda de peso e redução na ingestão) e Sintomas de Impacto Nutricional (anorexia, náusea, vômitos, diarreia, mucosite e outros) em pacientes oncológicos muito presente principalmente em pacientes com tumor de cabeça e Pescoço (De Pinho et al.,2018).

Esse estudo multicêntrico Brasileiro (45 hospitais), após análise multivariada, observou-se que em relação à localização do câncer, o câncer de pulmão teve uma associação mais forte com a desnutrição (OR 4,59, intervalo de confiança de 95% (IC) 3,18-6,63, p < 0,001)), seguido pelo câncer digestivo alto ( OR 4,51, IC 95% 3,31-6,1, p < 0,001) e câncer de cabeça e pescoço (OR 3,70, IC 95% 2,66-5,15, p < 0,001) (De Pinho et al;.2018).

Segue documento na íntegra apresentado na Comissão Especial – Combate ao Câncer/Decom

 

https://sbno.com.br/wp-content/uploads/2025/02/Comissao-Especial-Combate-ao-Cancer_02.pdf

 

 

PRESIDENTE: Nivaldo Barroso Pinho

VICE-PRESIDENTE: Carin Weirich Gallon

COORDENADORAS DE ENSINO: Carin Weirich Gallon e Erika Simone Coelho Carvalho

 

SÓCIOS FUNDADORES:

Ana Maria Calabria Cardoso

Carin Weirich Gallon

Erika Simone Coelho Carvalho

Izabella Fontenelle de Menezes

Liliane Carvalho Roriz

Luciana ZuoloCoppini do Peso

Luciene Beitler da Cruz

Maria Amélia Marques Dantas

Nádia Dias Gruezo

Nivaldo Barroso de Pinho

Viviane Dias Rodrigues

Mensagem do Presidente:

Nivaldo Barroso de Pinho

Presidente da Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica

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