Segundo estudos a vitamina D, embora todos conheçam como uma vitamina, o correto é dizer que é um hormônio esteroidal – pró-hormônio solúvel em gordura, que o organismo pode produzir em circunstâncias ideais, como exposição ao sol (radiação ultravioleta UVB) sem filtro solar, por um período adequado de tempo, onde não ofereça riscos à saúde, além é claro de uma alimentação saudável rica em fontes da vitamina D (PHARMA, 2016).
Estudos recentes demonstraram que todas as células possuem receptores para a vitamina D, o que faz dela uma vitamina de extrema importância para o ser humano estar saudável.
Pesquisadores da Universidade de Oxford descobriram 2.776 pontos de ligação com receptores de vitamina D ao longo do genoma. Esta importante descoberta abre diferentes portas de pesquisas e tratamento com o uso da vitamina D, com ampla influência sobre a saúde humana (PHARMA, 2016).
A deficiência de vitamina D está associada com inúmeras doenças, como câncer e doenças autoimunes, cardiovasculares e neurológicas (MOSTAFA & HEGAZY, 2015).
A vitamina D e seus pró-hormônios têm sido alvo de um número crescente de pesquisas nos últimos anos, demonstrando sua função além do metabolismo do cálcio e da formação óssea, incluindo sua interação com o sistema imunológico, o que não é uma surpresa, tendo em vista a expressão do receptor de vitamina D em uma ampla variedade de tecidos corporais como o cérebro, coração, pele, intestino, gônadas, próstata, mamas, e células imunológicas, além de ossos, rins e paratireoides (DESCHASAUX, 2016).
A interação da vitamina D com o sistema imunológico parece ser através de sua ação sobre a regulação e a diferenciação de células como linfócitos, macrófagos, e células natural killer (NK), além de interferir na produção de citocinas in vitro. Entre os efeitos imunomoduladores demonstrados, destacam-se: diminuição da produção de interleucinas-2 (IL-2), do interferon gama (INF) e do fator de necrose tumoral (TNF); inibição da expressão de IL-6 e inibição da secreção e produção de auto anticorpos pelos linfócitos B (CASTRO et al., 2015).
A deficiência da vitamina D está associada à exacerbação da resposta imunológica. Os estudos demostraram que a vitamina D na imunidade celular, a prevenção da deficiência e insuficiência da vitamina.D é importante para a manutenção da imunidade (KONIJETI et al, 2016).
Estudos com pacientes adultos com câncer sob cuidados paliativos, observou-se que 90% desses pacientes tinham deficiência de vitamina D, nesses pacientes a fadiga foi o sintoma que apresentou maior impacto na qualidade de vida, já os pacientes com níveis
séricos de vitamina D normais relataram menos fadiga (MARTINEZ-ALONSO et al.,2016).
Pela alta frequência de deficiência de vitamina. D em pacientes com câncer em estágios avançados e sua correlação positiva com a fadiga, os autores concluíram que a suplementação da vitamina pode melhorar a qualidade de vida desses pacientes (MARTINEZ-ALONSO et al., 2016).
Nas doenças neoplásicas, a deficiência de vitamina. D foi associada com o aumento da incidência dos cânceres de mama e cólon e com prognóstico desfavorável no linfoma não Hodgkin (GROBER et al.,2015).
Baixos níveis de vitamina D tem se mostrado frequentes em pacientes com câncer e estão associados com a piora do prognóstico e progressão da doença (GROBER et al.,2015).
Segundo estudos, o status de vitamina D deve ser monitorizado em todos os pacientes com câncer, e a hipovitaminose deve ser tratada com a suplementação adequada da vitamina, (GROBER et al., 2015).
A deficiência de vitamina.D tem sido associada com inúmeras doenças e múltiplos tipos de cânceres, como mama, colón e próstata. Além disso, estudos recentes têm demonstrado sua função nas doenças inflamatórias, por exemplo, as doenças inflamatórias intestinais (DII) (MEEKER et al.,2016).
Estima-se que 30% a 50% das crianças e adultos estão sob o risco de deficiência da vitamina.D (MEEKER et al., 2016).
Pacientes com o diagnóstico de DII têm incidência aumentada de apresentar câncer colorretal, corroborando a hipótese de que a inflamação tem papel importante no desenvolvimento de neoplasias (MEEKER et al., 2016).
Sabe-se que a vitamina D regula o sistema imunológico, a diferenciação celular e a síntese de peptídeos, fatores que podem exercer efeito protetor na DII e no câncer de cólon (MEEKER et al., 2016).
Estudos observacionais têm demostrado uma relação inversa entre os níveis séricos de vitamina D na incidência e mortalidade pelo câncer colorretal. No câncer de mama, níveis séricos aumentados de vitamina D tem se relacionado com menor risco de progressão e mortalidade pela doença. Já no câncer de próstata existem poucos estudos sobre esta associação (JACOBS et al., 2016).
A deficiência de vitamina D está associada com inúmeras doenças, como cânceres e doenças autoimunes, cardiovasculares e neurológicas. Dessa forma, a vitamina D apresenta papel importante na diferenciação e proliferação celular e na resposta imunológica (KONIJETI et al.,2016).
Há evidências de que as principais células cancerosas humanas podem ser candidatas adequadas para a quimioprevenção ou terapia de diferenciação com vitamina D. No entanto, estudos adicionais são necessários para compreender completamente os mecanismos
subjacentes, a fim de melhorar as abordagens terapêuticas (GROBER et al, 2015).
Os autores recomendam a suplementação de vitamina D com intuito de atingir níveis adequados da vitamina, evitando, assim, os efeitos de sua deficiência (MOSTAFA & HEGAZY, 2015).
Novos estudos randomizados são necessários para melhor avaliação do desfecho da suplementação de vitamina D nas doenças neoplásicas (JACOBS et al., 2016).